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Maria del Pilar Muiz, vice-presidente responsável por M & A e Sustentabilidade na Eurofarma, uma das maiores e mais inovadoras empresas farmacêuticas do Brasil, com operações em 20 países da América Latina, fornece insights sobre as principais vantagens competitivas da Eurofarma, sua estratégia de internacionalização e a abordagem histórica da empresa para seguir os mais altos padrões de governança. Quais foram os principais fatores de sucesso que permitiram à Eurofarma se tornar uma das maiores empresas farmacêuticas do Brasil, um dos mercados mais competitivos do mundo? O acesso à medicação está no centro da empresa; o que fazemos é garantir ganho de escala para que possamos ter custos e preços competitivos. Tendo estado na Eurofarma por 25 anos, posso dizer com confiança que ocupamos uma posição tão proeminente em nosso setor graças em grande parte aos valores e crenças de nossos acionistas.. Além disso, o desejo de reinvestir no próprio negócio para que ele cresça esteve presente em toda a nossa história e faz parte do nosso DNA. Sempre estivemos dispostos a assumir riscos, a pensar a longo e médio prazo e não apenas a curto prazo, e a estabelecer metas ambiciosas, com uma vocação empreendedora.. Além disso, a empresa acredita em seu capital humano e sua capacidade de atrair e reter talentos. As pessoas que estão conduzindo a operação, bem como seu engajamento e firme convicção nos negócios da empresa, são fatores críticos de sucesso e contribuíram muito para trazer a Eurofarma para onde ela está hoje.. Quais são suas prioridades atuais? [Featured_in] Nós temos metas de longo prazo e de curto prazo. Atualmente, estamos mais focados em consolidar nossa presença para a América Latina, pois ter uma posição relevante regionalmente é de extrema importância para a estratégia da empresa.. Enquanto isso, estamos finalizando nosso plano estratégico para 2030; mapeando novos mercados e a entrada da empresa em novos continentes. Nossa maior ambição é ser global, participar dos principais mercados farmacêuticos do mundo. Quando nos encontramos com você há alguns anos, a Eurofarma tinha a ambição de cobrir 90% do mercado latino-americano até 2016.

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Onde a Eurofarma está agora? [related_story] Hoje, nossa cobertura da América Latina está realmente alinhada com o objetivo que você mencionou, enquanto atualmente estamos presentes com nossas próprias operações em cerca de 20 países globalmente.. Para ter relevância regional, ainda precisamos entrar em países importantes como o México, que acredito ser nosso maior desafio para a região.. Apesar de estarmos presentes em todos esses países, nossa pegada não é tão forte quanto no Brasil, por isso ainda é preciso muito esforço de nossa parte para consolidar essas operações e nos tornarmos um ator relevante em cada um dos países. onde operamos através de crescimento orgânico e inorgânico. A política de fusões e aquisições da Eurofarma tem sido tradicionalmente voltada para a aquisição de empresas de médio porte em novos mercados. Agora que você tem uma presença mais consolidada na região, está mudando sua abordagem de crescimento para alguns mercados? Em nossa história, de fato, adquirimos principalmente empresas de médio e pequeno portes, já que apostamos mais em pequenas operações que podem se tornar plataformas para colocarmos nosso modelo comercial, pipeline e portfólio a partir desse ponto crescer organicamente. No entanto, esse crescimento orgânico é mais lento e exige um esforço enorme, e esse processo em geral levou mais tempo do que a empresa esperava. Independentemente de aproveitar essas plataformas para crescer organicamente, a Eurofarma está sempre buscando alvos potenciais mesmo nos mercados onde já está presente; não apenas as metas da empresa, mas produtos e linhas de produtos, a fim de acelerar esse crescimento. Quais áreas terapêuticas específicas ou diferentes linhas de produtos você está focado? Olhando para os segmentos de mercado, estamos muito focados em produtos de varejo e genéricos, e em ambas as áreas a Eurofarma continua ampliando e diversificando seu portfólio. É por isso que não nos concentramos em nichos específicos, áreas terapêuticas ou áreas médicas. Nosso modelo, o que nós gostaríamos de construir refletindo o que temos feito aqui no Brasil é um amplo portfólio para que possamos visitar todas as especialidades médicas, investir em uma grande força de vendas e realmente gerar demanda por prescrição.. Qual é a sua abordagem quando você adquire uma empresa na América Latina? O que você olha para garantir que será um sucesso? Independentemente do tamanho das operações, analisamos com muito cuidado a reputação dessas empresas, o trabalho que já desenvolveram com os médicos e o conhecimento que possuem de toda a cadeia de valor..

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Dado que nossos recursos são menores do que as empresas globais e nosso custo de capital humano é muito maior do que a maioria deles, somos muito cuidadosos em criar uma boa due diligence e nos mantemos atentos às questões críticas em questão e aos nossos fatores de sucesso.. Nossa primeira aquisição internacional foi realizada em 2009 na Argentina, e acredito que aprendemos muito nos últimos oito anos, ao mesmo tempo em que reduzimos nossa exposição ao risco porque apenas compramos empresas de médio e pequeno porte. Como conseqüência, agora que podemos dar saltos maiores, estamos mais preparados para isso. Temos uma imagem clara do que pode ser um fator crítico de sucesso em uma aquisição, o que não funcionou, o que funcionou. Tentamos alavancar isso para obter a melhor diligência possível, e nos cercamos dos melhores parceiros. Também temos uma política extremamente transparente em relação a nossos números e dados abertos, além de oferecer as melhores condições para que o acionista possa tomar suas decisões com base no custo-benefício e no risco envolvido nessas operações.. Quais são os planos da Eurofarma para mercados mais regulamentados, como a Europa e os EUA? Qualquer empresa farmacêutica que tenha a ambição de ser global e tenha a intenção de desenvolver produtos incrementais ou inovadores deve estar presente nos principais mercados do mundo. Estamos trabalhando e nos preparando para atingir esse objetivo. É claro que, no curto prazo, nosso principal objetivo é consolidar nossas operações na América Latina para que possamos dar os próximos passos sem interromper qualquer processo incompleto ou mudar nossos esforços.. Começamos a mapear mercados menos regulamentados para depois entrarmos nos mercados mais regulamentados, incluindo a Europa e os EUA.. Também estamos atualmente no processo de obtenção de certificação para o nosso principal centro industrial, o Complexo Itapevi, para que possamos pensar mais adiante na exportação de nossos produtos para esses mercados atrativos. Com a Eurofarma, a Eurofarma será elegível não apenas para participar desses mercados por meio de operações locais, mas também para exportar nossos produtos para mercados regulamentados..

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A Eurofarma é pioneira no Brasil no desenvolvimento de parcerias com empresas multinacionais, por exemplo, com a Pfizer desde 2010 para o Viagra e Lipitor.. Enquanto a maioria das empresas internacionais está mudando seu foco para as especialidades farmacêuticas, você ainda está priorizando essa abordagem de parceria com as multinacionais? sim. Nós já temos alguns acordos com multinacionais para a distribuição e promoção de seus produtos (novas moléculas e produtos maduros também), e este é um pilar de crescimento que queremos desenvolver. Além disso, ao se tornar uma empresa regional com capacidade de distribuir e promover novos produtos, segundas marcas ou até mesmo se tornar uma extensão para laboratórios médios globais que possuem produtos incrementais mas não estão presentes na região ou não são fortes aqui, acreditamos que a Eurofarma surge como um parceiro altamente atraente. A Eurofarma é uma das empresas brasileiras que mais investem em P & D, e a empresa anunciou recentemente sua ambição de alocar dez por cento de suas receitas para esse empreendimento até 2020.. Para acelerar esse processo de inovação, por que não adquirir uma empresa inovadora? É uma opção. Na verdade, a Eurofarma estava próxima de empresas iniciantes inovadoras e, há dois anos, comprou a participação da Melinta nos EUA.. Basicamente, estamos focados em internalizar esse conhecimento e qualificar nosso pessoal; acreditamos que temos bons pesquisadores no Brasil que podem prosperar aqui e contribuir para o crescimento da indústria nacional. Mas a aquisição de uma plataforma de inovação no exterior que poderia ajudar a encurtar esse caminho também está na mesa de discussão. Uma grande lacuna entre empresas nacionais e internacionais é geralmente a sustentabilidade e a governança corporativa. Por que você acredita que a Eurofarma está mais próxima de uma empresa internacional do que doméstica? Como empresa, a Eurofarma nasceu produzindo para terceiros; então, desde o começo, estivemos em contato com muitas empresas multinacionais. Isso nos manteve em contato com esses modelos de governança e nos aproximou das regras que tais empresas adotaram para que também pudéssemos ser um CMO para elas.. Por isso, sempre fez parte da nossa história.

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No grande esquema das coisas, acredito que a Eurofarma passou por uma evolução natural em relação às normas de conformidade, estruturas profissionais, consultoria independente e uma estrutura que permitiu uma melhor governança em todas as operações.. Esse processo ocorreu naturalmente a partir das necessidades de crescimento da própria Eurofarma e das demandas que vieram de nossos parceiros internacionais. Isso nos ajudou a chegar onde estamos hoje. Sempre tendo a orientação de nossos acionistas, tentando prever tendências e estar preparado para um mercado cada vez mais regulado, sempre foi utilizado para beneficiar a empresa.. Antes que a conformidade fosse obrigatória, já tínhamos. Antes de um canal de ombudsman independente ser obrigatório, nós tivemos o nosso. Antes mesmo de a Eurofarma sonhar com um IPO, já estávamos seguindo políticas de boas práticas e políticas de IFRS para publicar nossos balanços. Tudo isso é consequência de nossa política de transparência e governança aliada à tentativa de estar na vanguarda em todas as áreas.. Ainda não somos uma empresa inovadora no sentido de ter NCEs desenvolvidos internamente em nosso portfólio, mas tentamos manter a inovação fluindo em todos os nossos processos. Assim, a Eurofarma foi a primeira empresa a emitir eletronicamente 100% de suas faturas, porque era um princípio de governança e transparência.. Foi também uma maneira de estarmos à frente da concorrência. A Eurofarma foi a primeira empresa nacional a ter a SAP como um sistema ERP; para que pudéssemos dar um passo à frente e ter todas as informações em um único sistema. Continuamos buscando a boa governança e isso pode ser o que nos aproxima das empresas multinacionais ao invés das nacionais.

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No geral, a diferença que você mencionou não é uma realidade para nós. Quais são os próximos passos que você está explorando? Tudo o que você pode imaginar em todas as diferentes áreas. Vou dar alguns exemplos: no processo de logística invertida, estamos antecipando regulamentos futuros; no processo de descarte adequado de medicamentos, já estamos nos antecipando; no processo corporativo de risco, somos a primeira empresa nacional a ter um departamento interno de risco corporativo. Estes são apenas alguns exemplos de um movimento intenso dentro da empresa: a busca para ser o primeiro a chegar sempre que possível é uma constante no nosso dia-a-dia.. O Brasil é um país com muitas desigualdades e a Eurofarma é uma das maiores empresas farmacêuticas do setor. Como você está tentando garantir que todos os brasileiros possam acessar produtos farmacêuticos e de saúde de qualidade? O acesso à medicação está no centro da empresa; o que fazemos é garantir ganho de escala para que possamos ter custos e preços competitivos. Isso não é apenas uma causa social, mas também uma questão de sobrevivência para nós. Acreditamos que isso ajuda a dar acesso porque ajuda o país a se desenvolver. Para Nós temos uma política que garante o uso de amostras grátis como uma ferramenta promocional. Amostras grátis são usadas no início dos tratamentos, o que ajuda não apenas a promover nossos produtos, mas também estimula a adesão do paciente ao tratamento, porque de certa forma nós subsidiámos o início do tratamento.. Por outro lado, a Eurofarma tem uma política firme em relação à doação de medicamentos, onde qualquer tipo de destruição é evitada ao máximo possível. Antes de enviar a medicação para a destruição, tentamos doá-la para instituições que possam fazer bom uso dela; que é caro! No Brasil, você paga impostos para essas doações como se estivesse vendendo os produtos, e essas doações só são possíveis porque estão relacionadas aos valores centrais de nossa empresa; Se você fosse calcular os números exatos de fazer isso, veria que seria mais barato para a Eurofarma destruir esses produtos do que doá-los. Além disso, a Eurofarma mantém um Instituto, uma organização sem fins lucrativos, a OSCIP, que tenta reduzir as desigualdades sociais por meio da educação de jovens, para que eles tenham uma chance melhor em uma carreira.. No geral, designamos cerca de 5% de nosso lucro para investimento social, e acreditamos que esses recursos proporcionam possibilidades de transformação para a Eurofarma e o Brasil.. Qual é a imagem da Eurofarma que você construiu na última década? Como você quer que a empresa seja percebida? Em primeiro lugar, a Eurofarma é uma empresa muito sólida, séria, sustentável e robusta, com um plano muito claro de médio e longo prazo.. A confiança que temos com todos os nossos stakeholders é possivelmente a nossa maior herança.

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Não estou falando apenas de pacientes, médicos ou clientes, que é o canal tradicional onde devemos manter boas relações, mas também parceiros de negócios, concorrentes e a cadeia de distribuição.. A Eurofarma construiu uma forte reputação por si mesma porque sempre foi muito transparente e sempre manteve seus valores, e está claro para onde estamos indo e como chegar lá sem deixar de lado seus valores. A Eurofarma se orgulha orgulhosamente de ser uma parceira ética, inovadora e confiável, que não promete o que pode oferecer e cresce muito acima do mercado, cerca de 17% ao ano durante os últimos 15 anos, de forma sustentável.